O Mestre

Calçando rotas sandálias  Ele ia 
Pelas  ásperas estradas da Galiléia,
Não sentia  cansaço nem fome 
Ajudar  o próximo é o que Ele queria. 


Ás vezes, parava em algum lugar
As margens do mar de Tiberíades, 
E ali dentro de um velho barco 
Procurava orientar, ensinar as verdades. 


Quem é  esse homem? Alguns falavam 
De voz suave e sereno olhar, 
Que  ao falar conforta o sofredor 
E dá esperança e ensina a amar. 


E assim percorria o Mestre, os recantos 
Onde existia sofrimento e dor, 
Ali permanecia e calmo ensinava
O perdão às ofensas, o fraternal amor. 


De muito longe chegavam os feridos 
Doentes do físico e doenças morais,
E o Mestre com paciência esclarecia 
Até poder ver e sentir os irmãos em paz.


Aos ladrões, assassinos, a todos perdoava
Ninguém tinha o direito de julgar, 
Às  prostitutas, às mulheres fáceis
Ele ensinava  a se regenerar. 


Se todos têm vícios, Ele dizia 
Como podem querer julgar, 
A  outros irmãos e pretender 
Suas imperfeições  censurar. 


Instruía  o Mestre: Estenda as mãos 
A todos que estiverem próximos,
Aos carentes, aos mais necessitados 
Dêem  amor, são irmãos nossos. 


Que seus pensamentos sejam puros 
Como a mente de uma criança, 
E devem desejar sempre o bem 
Amor, serenidade, paz e bonança.


Aos revoltados pelas injustiças 
Ensinava o sossego do perdão, 
Que acalma, serena e tranquiliza
A mente, a vida, o coração. 


Confia sempre, ensinava o Mestre
Na  justiça  real, verdadeira, a Divina,
Que não escolhe nem pobre nem rico 
E cada um é responsável pela sua sina.


Assim o Mestre deixou para nós 
Tantos ensinamentos  e nos orientou,
A seguir sempre o caminho do bem
Foi a maior prova de amor que Ele deixou. 


Esta poesia é  integrante do Livro O vôo  do Condor ( 2004)



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