AMBIÇÃO

Sentado à mesa, ele longa carta fazia
Aos seus parentes transmitia sua alegria,
Finalmente  conseguira se firmar
No comércio e sua fortuna aumentar.

Agora, escrevia ele, poderia viajar
Realizar seus sonhos, há tempos desejados,
Conhecer novas terras, novas gentes
E também rever seus entes amados. 

Conseguira juntar dinheiro com esforço
E agora achava que não fora em vão,
As noites insones planejando a vida
Que teria um dia, sabia de antemão. 
 
Entendia que ao seu redor, muitos sofriam
Passavam fome, frio e muitos percalços,
Mas não queria ajudar financeiramente
Nem perder tempo com aqueles “pés descalços” 

Quem quisesse possuir, fazer fortuna
Que fizesse como ele, trabalhasse,
Não iria ajudar aos necessitados
Tirando do que era seu, nem pensasse.

Ao terminar de escrever, logo sentiu
Um leve arrepio tomar seu corpo,
Uma dor aguda apertou-lhe o peito
Caiu sobre a mesa, subitamente morto.

Que ironia do destino meus irmãos
Não ajudou, não amparou e a vida passou,
E agora partia para outro plano
Sem as boas ações, que ele não praticou.

De que adiantou  juntar grande fortuna
Tudo acabara em menos de um segundo,
Sem relacionamentos, sem fazer amigos
Há como se fazer planos nesse mundo? 
 
Irmãos, quando será que compreenderão
Que a verdadeira  felicidade  é o amor,
Ajudando os semelhantes, cooperando
Aí reside a verdadeira  paz interior. 
 
Esta poesia é integrante do Livro O Voo do Condor ( 2004)

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