A GRANDE PROVA

Sua beleza era estonteante
Causava inveja e admiração,
Todos a olhavam e não entendiam
O porque, de tanta perfeição.

Desde criança fora mimada
Satisfaziam todos seus caprichos,
E assim tornou-se mulher
Linda, porém cheia de vícios.

A prepotência seu maior defeito
Exigia que todos lhe obedecessem,
Não aceitava a menor recusa
Que sua vontade prevalecesse.

Rica, vaidosa, e muito bela
Essa mulher vivia a destruir,
Sonhos dos que se aproximavam
Fazendo os castelos de todos ruir.

Dela se aproximou um jovem
Que puro sentimento por ela sentiu,
E logo lhe propôs casamento
O que ela de imediato, consentiu.

Tudo transcorria muito bem
Até um amigo ir lhe visitar,
E por essa bela e vaidosa mulher
Depressa, rápido se apaixonar.

A conquista foi fácil, imediata
A fútil mulher também se apaixonou,
Pelo amigo do marido e depressa
Resolveu e para trás, tudo deixou.

Passados os primeiros meses
A paixão intensa arrefeceu,
O amante deixou-a de lado
Sem nem saber como isso se deu.

E assim, os anos foram passando
A beleza com o tempo acabou,
E aquela vida de luxúria
Ficou no passado, tudo findou.

Essa mulher quando desencarnada
Depois de certo tempo, compreendeu,
Que não soube conviver com a beleza
A prova difícil e que a ela cedeu.

Entendeu que o teste foi pedido
Por ela mesma antes de reencarnar,
Pensando que viver seria fácil
Com um físico belo sem se preocupar.

Agora via tudo claramente
Quanta ilusão, como fizera sofrer,
Aquele que realmente lhe queria
E que não soubera amar, compreender.

Com certeza teria que na espiritualidade
Voltar a freqüentar novas escolas,
E procurar aprender com os Mestres
Fortalecendo seu espírito nas provas.

Um dia voltaria a reencarnar
E teria outra oportunidade,
De testar seu aprendizado
Com coragem, amor e bondade.

Esse espírito agradecia em prece
A Deus por tanta benevolência,
Por perdoar as faltas dos seus filhos
E dar-lhes as mãos, nas suas carências.


Esta poesia  é integrante  do Livro O voo do Condor( 2004)

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